Como funciona um teste de penetração em TI: saiba como melhorar a segurança da sua TI

Conheça nesse artigo os 7 passos práticos para realizar um teste de penetração eficaz.

A cena é clara e já sabemos disso: as ameaças cibernéticas evoluem constantemente. Garantir a segurança dos sistemas de informação tornou-se uma prioridade para as organizações que prezam por boas práticas para garantir um ambiente de TI seguro.

Uma das estratégias mais eficazes para identificar e corrigir vulnerabilidades é a realização de teste de penetração, também conhecidos como pentests. Este artigo detalha o funcionamento desses testes, sua importância e como as instituições podem agir com base nos resultados obtidos e, claro, vamos te ensinar o passo a passo da sua realização.

 

O que é um teste de penetração?

Um teste de penetração é uma simulação controlada de um ataque cibernético, conduzida por profissionais especializados, com o objetivo de identificar e explorar vulnerabilidades em sistemas, redes e aplicações. Ao imitar as táticas de invasores reais, os pentesters avaliam a eficácia das defesas existentes e fornecem insights valiosos para aprimorar a segurança da organização.

 

Por que realizar um teste de penetração?

Mesmo com investimentos significativos em segurança, muitas organizações permanecem vulneráveis a ataques sofisticados. Os pentests oferecem uma abordagem proativa para identificar falhas antes que sejam exploradas por agentes mal-intencionados. Além disso, ajudam a:

  • Avaliar a eficácia das políticas e controles de segurança.

  • Cumprir requisitos de conformidade regulatória.

  • Reduzir o risco de violações de dados e interrupções operacionais.

  • Proteger a reputação e a confiança dos stakeholders.

Mas, para que você consiga aplicar um teste de segurança eficaz, é preciso estudar e saber como conduzi-lo de uma forma prática, por isso, siga as etapas abaixo:

 

Etapas de um teste de penetração: da preparação à ação

Realizar um teste de penetração não é simplesmente “simular um ataque”. É um processo rigoroso, técnico e baseado em metodologias reconhecidas internacionalmente, como o PTES (Penetration Testing Execution Standard) ou o OWASP Testing Guide. A seguir, destrinchamos cada etapa com a profundidade que o tema exige.

 

1. Planejamento e definição do escopo

Essa fase é estratégica. É aqui que o time de segurança define o que será testado, como será testado e quais os limites éticos e legais da operação.

Tarefas dessa fase:

  • Reuniões com a equipe de TI da organização;

  • Definição de escopo: sistemas internos, externos, aplicações web, APIs, dispositivos móveis, redes, etc.;

  • Acordos de confidencialidade e contratos;

  • Definição da abordagem: caixa preta, cinza ou branca;

  • Estabelecimento de critérios de sucesso e falha.

Exemplo prático: em um banco digital, a equipe pode decidir testar exclusivamente os endpoints da API de transferências e autenticação, sem tocar na infraestrutura interna.

 

2. Reconhecimento (ou Footprinting)

Aqui, os pentesters atuam como verdadeiros espiões digitais. Eles reúnem o máximo de informações públicas ou facilmente acessíveis sobre os ativos da empresa, usando técnicas de inteligência de fontes abertas (OSINT).

Ferramentas comuns como o WHOIS e DNSdumpster para mapeamento de domínios; Shodan para encontrar dispositivos expostos; Google Dorking para localizar páginas vulneráveis; Recon-ng e Maltego para relacionar informações públicas.

O objetivo é entender como o sistema está exposto ao mundo e quais portas podem ser exploradas.

Dica importante: é comum encontrar credenciais vazadas em repositórios públicos como GitHub, ou documentos internos indexados por mecanismos de busca.

 

3. Varredura e análise de vulnerabilidades

Com as informações obtidas, começa o processo técnico de scanner de vulnerabilidades. A ideia aqui é identificar, com precisão, as portas de entrada mais suscetíveis a ataques.

Diferenciação:

  • Varredura ativa: testa os sistemas diretamente, podendo gerar logs e alertas.

  • Varredura passiva: observa o tráfego e coleta dados sem alertar os sistemas.

Ferramentas populares que podem te ajudar:

Nmap (varredura de portas); Nessus e OpenVAS (scanner de vulnerabilidades); Nikto (varredura de servidores web); Burp Suite (teste de aplicações web).

Nesta fase já é possível identificar:

  • Softwares desatualizados;

  • Serviços mal configurados;

  • Endpoints expostos;

  • Injeções de código (como SQL Injection ou XSS).

4. Exploração das vulnerabilidades

Agora é hora da verdade. A equipe utiliza tudo o que foi mapeado para tentar explorar as falhas, como um invasor faria. Esta é a etapa mais técnica e sensível.

Exemplos comuns de exploração:

  • Obter uma shell remota em um servidor Linux mal configurado;

  • Invadir um painel administrativo usando default credentials;

  • Executar código malicioso via upload de arquivos;

  • Realizar privilege escalation para acessar dados confidenciais.

Ferramentas que podem ser utilizadas: Metasploit Framework; SQLmap; Hydra (ataques de força bruta); John the Ripper (quebra de senhas).

Importante: toda exploração é documentada e executada com o menor impacto possível à operação do cliente. Em alguns casos, a simulação é abortada caso haja risco de derrubar um sistema em produção.

 

5. Pós-exploração

Aqui, os pentesters analisam o que foi possível alcançar após invadir. Essa etapa é fundamental para avaliar o impacto real da falha.

Perguntas comuns dessa fase:

  • Foi possível acessar informações pessoais de clientes?

  • Consegui movimentar dinheiro? Gerar boletos?

  • É possível manter o acesso de forma persistente sem ser detectado?

  • Há formas de escalonar privilégios dentro da rede?

Exemplo: em um ataque simulado, a equipe consegue acessar a rede interna via uma VPN com autenticação fraca e, de lá, invadir o servidor de banco de dados da empresa.

 

6. Relatório técnico e executivo

Após a operação, os pentesters produzem dois relatórios distintos:

  • Relatório técnico, com detalhes de cada vulnerabilidade, impacto, gravidade, captura de telas e sugestões de correção;

  • Relatório executivo, voltado para a liderança, com linguagem acessível, indicadores de risco e medidas prioritárias.

O que se espera de um bom relatório é a criação de uma lista priorizada por gravidade (crítico, alto, médio, baixo), acrescida de sugestões de correção com base em frameworks como o CIS Controls. Além disso, você pode pensar em informações sobre reteste (quando aplicável e um plano de ação proposto com prazos realistas.

7. Reteste (opcional, mas recomendado)

Após a aplicação dos patches ou correções sugeridas, recomenda-se um reteste para garantir que as falhas foram efetivamente corrigidas e que novas não foram introduzidas.

O que pode ser verificado no reteste:

  • Patches aplicados corretamente;

  • Remoção de acessos não autorizados;

  • Atualização de políticas de firewall e autenticação;

  • Monitoramento reforçado de logs e alertas.

Tipos de Testes de Penetração

Os pentests podem ser classificados com base na perspectiva do atacante simulado:

  • Teste de Caixa Branca: o testador tem pleno conhecimento do sistema, incluindo acesso ao código-fonte e diagramas de rede.

  • Teste de Caixa Preta: o testador não possui informações prévias sobre o sistema, simulando um ataque externo real.

  • Teste de Caixa Cinza: o testador tem acesso limitado às informações, representando um cenário de ataque interno ou com algum nível de conhecimento prévio.

Agindo com Base nos Resultados

Após a conclusão do pentest, é fundamental que a organização implemente as correções recomendadas para as vulnerabilidades identificadas e siga realizando e atualizando suas políticas e procedimentos de segurança.

Além disso, indicamos também a realização de treinamentos de conscientização para os colaboradores e o agendamento de testes de penetração periódicos para monitorar continuamente a postura de segurança.

Não negligencie um teste de penetração

A negligência na realização de pentests pode resultar em sérias consequências. Um exemplo notório é o ataque sofrido pela Equifax em 2017, onde a exploração de uma vulnerabilidade não corrigida levou ao comprometimento de dados pessoais de 147 milhões de pessoas. Investigações posteriores revelaram falhas nos processos de segurança, incluindo a ausência de testes de penetração eficazes.

Os testes de penetração são ferramentas indispensáveis para a avaliação e fortalecimento da segurança cibernética nas organizações. Ao identificar proativamente as vulnerabilidades e fornecer recomendações práticas para mitigação, os pentests permitem que as instituições se antecipem às ameaças e protejam seus ativos mais valiosos. Incorporar essa prática na estratégia de segurança é um passo decisivo para a resiliência no ambiente digital atual.

 

Referências:

 

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